terça-feira, 7 de agosto de 2012

Como Vencer a Vontade de Adiar

No final do ano passado, já havia publicado em meu blog um artigo sobre o tema procrastinação:
http://www.ericahalty.blogspot.com.br/2011/12/utilizando-o-tempo-de-forma-estrategica.html

Mais tarde, o mesmo artigo foi publicado em minha coluna no Jornal Folha Gaúcha, no mês de março de 2012:
http://www.ericahalty.blogspot.com.br/2012/03/coluna-no-jornal-folha-gaucha-ed-045.html

E, agora, no dia 04 de agosto saiu uma reportagem no jornal Zero Hora  de Itamar Melo falando sobre este assunto e que eu achei muito interessante compartilhar com vocês, pois vem de encontro e complementa o anterior já postado aqui no blog, mostrando alguns resultados de uma pesquisa sobre o tema. Segue:

Vá em Frente! Como vencer a vontade de adiar

Pesquisa com 4.102 entrevistados em 22 Estados revela que 97,4% protelam atividades do cotidiano como a ida ao médico

Itamar Melo

Se você acha que deveria ler esta reportagem, mas já está pensando em deixar para depois, significa que faz parte do maior contingente populacional brasileiro: o dos procrastinadores.
Uma pesquisa realizada com 4.102 pessoas de 22 Estados descobriu que 97,4% admitem adiar atividades no seu dia a dia. O levantamento, da Triad Productivity Solutions, empresa especializada em produtividade, também apontou aquelas tarefas que os brasileiros mais empurraram com a barriga nos últimos meses: exercícios físicos (68%), leitura (64,5%), cuidados com a saúde (52,7%) e planejamento financeiro (46,8%).
Por que os brasileiros deixam essas coisas para depois, e não outras? Uma questão apresentada na pesquisa dá a mais óbvia das respostas. Segundo 86,5% dos entrevistados, as tarefas adiadas são aquelas consideradas chatas. Mas, essa não é toda a história. No levantamento, os brasileiros deixaram claro que postergam mais encargos pessoais do que profissionais.
- Na vida pessoal, em alguns casos, ninguém fica cobrando que você leia determinado livro. No trabalho, você tem chefe, colegas e clientes que esperam resultado - interpreta Christian Barbosa, especialista em produtividade e principal executivo da Triad.

Deixar para depois pode ser perigoso

Para desconsolo geral, os adiamentos não são inofensivos. O cardiologista Fernando Luchese observa que duas das atividades mais proteladas, o exercício físico e o cuidado com a saúde, podem ter consequências graves: a pessoa não se cuida e, quando vai ao médico, pode ser tarde demais.
- Escrevi 16 livros, e o que menos vendeu foi Desembarcando o Sedentarismo, sobre a importância da atividade física. Se tivéssemos que escolher uma só bala para proteger a saúde, seria o exercício - diz Lucchese.
Um outro dado que chama a atenção diz respeito aos motivos que levam os brasileiros a procrastinar. Os dedos acusadores são direcionados principalmente para a internet: 62,3% confessaram se perder em blogues e redes sociais. Alegaram falta de energia um contingente de 60,4%. A terceira opção mais votada, com 44,1%, foi a mais simples de todas: "Tenho preguiça".
Com tantos motivos para não ir em frente, você merece os parabéns se conseguiu chegar ao fim desta reportagem sem protelamento. Ela própria teve lá seus percalços. Estava prevista para sair há duas semanas. Mas foi adiada.

Campeões de adiamento

Profissionais da área falam sobre as quatro atividades que os brasileiros mais deixam para depois:

- Exercício físico e academia
José Haroldo Loureiro Gomes, o Arataca, treinador-chefe da equipe de atletismo da Sogipa e diretor-técnico da Confederação Brasileira de Atletismo

Situação: Adiado por 68% dos brasileiros nos últimos meses

As consequências:
  • Arataca lembra que, segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter tonicidade muscular e boa condição cardiorrespiratória são fundamentais para a qualidade de vida. É com exercício físico que se obtém isso.
  • Quem faz exercícios regulares tem mais disposição, inclusive para trabalhar.
  • Também está comprovado, observa ele, que a prática regular de exercícios aumenta a expectativa de vida e a imunidade a doenças.

Como vencer a preguiça:
  • O treinador da Sogipa diz que, quando se começa a praticar exercício, a dor é maior do que o prazer. Ele sugere começar devagar, para o sofrimento não desanimar, e ir aumentando a carga gradualmente. Com o tempo, a pessoa não terá mais dor e sentirá falta da sensação de bem-estar quando não se exercitar.
  • Quando chega a hora do exercício, a dica é simplesmente praticá-lo, sem pensar. Se a pessoa pensar, vai encontrar mil razões para não fazer o exercício, contra só uma para fazê-lo.
  • Outra dica é deixar antecipadamente tudo pronto para a hora do exercício.

- Leitura
Homero Vizeu Araújo, professor de Literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Situação: Adiada por 64,5% dos brasileiros nos últimos meses

As consequências:
  • Araújo observa que a redução do contato com a palavra escrita, motivada por outros apelos, pode ter efeitos na concentração, uma vez que a leitura tende a favorecer essa habilidade.
  • A leitura pode aprimorar a capacidade de expressão e de argumentação do indivíduo, principalmente por escrito. Essa é uma capacidade que faz diferença, inclusive no mercado de trabalho e na educação (basta lembrar do peso da redação nos vestibulares).
  • Julgamentos mais sólidos e a capacidade de acompanhar argumentações complexas também são favorecidas pela prática da leitura, segundo o professor.

Como vencer a preguiça:
  • Araújo sugere cuidado na escolha do que se vai ler, para que a leitura não se torne difícil. Isso inclui prestar atenção na extensão do texto e no formato do livro.
  • Um dica fundamental é escolher um livro pelo qual realmente se tenha interesse e do qual realmente se tire prazer, sem se preocupar com os preconceitos. Se a pessoa tem dificuldade com mergulhar na leitura, não deve insistir em ler títulos intimidatórios.
  • Em lugar de ler o Dom Quixote, talvez seja o caso de começar por uma adaptação da obra, com menos páginas e texto mais simples. Com o tempo, a pessoa pode se sentir preparada para leituras mais complexas.

- Saúde
Fernando Lucchese, médico cardiologista e autor de livros sobre saúde

Situação: Adiada por 52,7% dos brasileiros nos últimos meses

As consequências:
  • Há uma frase que os médicos estão acostumados a ouvir: "Não sabia que fazia tanto tempo que não consultava". O descuido, usual, pode significar um agravamento de condições que poderiam ser tratadas sem maior dificuldade se detectadas precocemente.
  • O cardiologista cita como exemplo o câncer de próstata. Os homens só morrem dessa  doença porque não ficam atentos e não procuram o médico quando surgem os primeiros sinais.
  • Quem adia consultas acaba descobrindo que está doente apenas quando a situação já é grave e, muitas vezes, irreversível.

Como vencer a preguiça:
  • É importante manter uma rotina de cuidados com a saúde. Lucchese sugere reservar um período do ano a fazer de uma vez só todos os check-ups. Dessa forma, a pessoa só se preocupa com isso uma vez.
  • Outra dica é levar a sério qualquer dor, mancha ou nódulo que aparecer.
  • A procrastinação em assuntos de saúde é um problema masculino. As mulheres costumam ser cuidadosas. Lucchese recomenda que elas se arvorem em ficais da saúde da família.

- Planejamento Financeiro
Everton Lopes, economista e educador financeiro, autor do livro Seu Bolso no Divã

Situação: Adiado por 46,8% do brasileiros nos últimos meses

As consequências:
  • Quem não planeja as despesas, diz Lopes, fica sem saber para onde vai o dinheiro e pode gastar mais do que ganha.
  • O maior risco é o endividamento.
  • Quem não planeja não faz reservas e pode se ver em apuros no caso de um imprevisto, como um problema de saúde.
  • A falta de planejamento também significa não atingir objetivos maiores, como comprar um imóvel ou fazer uma viagem

Como vencer a preguiça:
  • Lopes sugere usar uma planilha eletrônica para o planejamento das despesas domésticas, o que facilita o controle. Elas podem ser baixadas de vários sites, inclusive o do economista (www.semprecomdinheiro.com.br)
  • Todas as despesas devem ser anotadas na hora, em um bloco ou caderno.
  • Basta reservar alguns minutos por semana a repassar os valores para a planilha. Sem isso, o trabalho fica complicado, e a pessoa pode desanimar.

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